Sabes aquelas palavras lindas e gordas, aquelas que quando tu as lês dão-te uma imensa vontade de as comeres com os olhos, com o nariz e com a boca? Com todos os sentidos! Quero viver contigo num mundo recheado dessas lindas e gordas palavras e quero lê-las contigo para todo o sempre. Quero viver para elas. Quero escrevê-las e juntá-las, tal como junto as contas para os nossos colares de missangas. Quero-te a ti e a essas palavras. Hoje e sempre, desde que nos lembremos desta nossa promessa feita sobre o rio. "Juro." "Juras mesmo?" "Sim." "Promete-me por aquilo que mais gostas no mundo." "Prometo-te pelo nosso reflexo, no rio, ao meio-dia de todos os nossos Verões. Aí eu e tu somos felizes e é aquilo que eu mais gosto no mundo." "Qual é a idade oficial para se amar?" "Não sei, acho que é quando deixamos cair o primeiro dente de leite." "Está bem, então eu amo-te." "Porquê?" "Tens cabelos loiros, e eu sempre gostei de cabelos loiros. São bonitos. Por isso, eu amo-te."
Como era fácil amar-te no rio, ao meio-dia certo de todos os nossos Verões. Eu tinha cabelos loiros e isso era o suficiente para nós. Isso devia ser o suficiente para todos.
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