mercredi, décembre 30, 2009

cronicando

Dói-me tudo e isso não está certo. Sofro por coisas que ainda não estão bem ao meu alcance...sou já uma revoltada prematura, não completamente certa. Choro por pequenez e egoísmo, por saber que há coisas que por mais que me esforce, nunca serei capaz de compreender. Choro porque dói, os pensamentos doem como um ferro em brasa que me queima não o corpo, mas os pulmões da alma. E tenho vergonha de chorar por isto, de chorar por simplesmente estar a crescer, de chorar por não concordar com nada do que se passa aqui. Vivo num mundo paralelo, mas já nem sei o que escolher. É que só tenho treze anos...que sei eu da vida afinal? E isso também dói, o facto de pensar e ainda não ser levada a sério...o facto de não estar completamente conformada com esta sociedade que vejo. Devo ser possivelmente das pessoas com mais sorte no mundo, e recuso-me a parar de dizer isto enquanto a situação assim se manter. Tenho muito mais do que aquilo que mereço e tive a sorte de descobrir a maior paixão da minha vida...e sim, é mesmo possível amarmos algo que não está vivo, algo que não tem coração ou pulmões, algo que não respira...mas, no entanto, algo que me faz bater o coração e respirar com mais vida! O piano provoca em mim sensações que mais nada conseguiu até agora provocar. Acho que ninguém percebe o quanto eu amo o piano, simplesmente porque a preguiça e o comodismo têm-me vencido dia após dia. Mas o clique, esse já se deu, eu tenho a certeza... Só que sou fraca. Só isso. Já sei o que quero, já sei que nasci para isto...a anatomia não me causa este impacto, as engenharias não me fazem chorar. Sou muito desconfiada de tudo aquilo que ainda não foi provado cientificamente, por isso, Deus, se de facto existes, peço-te agora desculpa por todas as minhas dúvidas...mas não me forço a acreditar, e acho que sou mais justa se for franca e sincera contigo e com todos. Não sei mesmo se existes. No entanto, acredito numa coisa. 0.5 + 0.5 = 1. Nascemos todos para alguém/alguma coisa...e de que me vale resistir a isso? Só que não sei de facto quantas pessoas são capazes de assumir isto. Não sei ainda o preço da felicidade, infelizmente o dinheiro vale mais do que aquilo de que eu gostaria...e por isso não me dá certo! A solução parece-me demasiado óbvia e difícil, e por isso risco-a da minha lista. Recusar à felicidade é ser capaz de despir-me de tudo, retirar o sentido a tudo o que foi classificado; é auto-excluir-me desta coligação de vidas unidas principalmente por interesses não muito eternos. Só ali pela metade. Qual será a metade da eternidade? Ali a meio caminho, depois torna-se escuro. Vem a noite e o sono. Vem tudo aquilo que existe, mas foi esquecido. É mesmo difícil lutar contra isto. Por que motivo é que música tem de estar abaixo da ciência? Não há mais nada que faça o mesmo sentido. Não posso falhar. Mas, se eles não acreditam, irei eu acreditar? Comer chocolates, não me basta. Talvez porque já não sou pequena.

1 commentaire:

Anonyme a dit…

tens toda a razão, sentimos tudo do mesmo.
oh, obrigada, e eu do teu.
adoro como escreves!