A minha felicidade é estranha. Vazia. Adoro sentir-me vazia. Adoro sentir-me salgada como a água do mar, adoro sentir-me como um dia como hoje, em que algo faz sentido, nem que seja coisa pouca. Leio muitas vezes o que por aqui escrevi nos dias e meses anteriores, e a verdade é que devo parecer (aos olhos de quem lê) uma pessoa francamente deprimente e fraca, uma daquelas pessoas que usa o seu presente para queixar-se do passado, gastando assim o futuro que tenta espreitar, sem sucesso. Eu não sei, às vezes julgo que (e)s(t)ou feliz, outras vezes julgo que não... a verdade é o que o meu sentido é este, descobrir o próprio sentido de tudo, que a morte não vai ser definitiva nem tão pouco a vida. Eu não escrevo bem. Eu escrevo aquilo alguma parte do meu cérebro manda escrever, e infelizmente ou felizmente não o consigo fazer de outra maneira, não consigo, por mais que me esforce, falar dos meus dias directamente sem que chegue ao fim e rasgue tudo. Sou tão... "perifrásica", às vezes gostaria de ser mais sucinta, mais simples e clara, que perco (perco?) tempo com coisas que aos olhos dos outros não importam... mas que para mim até importam. Isso não é argumento, ainda não tenho poder suficiente para poder viver dos meus livros, das minhas histórias, das minhas músicas e das minhas palavras. Do meu piano. Às vezes julgo estar a poucos passos de rasgar a enorme bolha onde me encontro compactada, como se fosse um daqueles hamburgers plastificados de que tanto odeio, mas parece que no momento em que o vou a fazer, algo me trava, me puxa para trás, e silenciosamente abana a cabeça do jeito de quem diz não àquilo que está (aparentemente) errado. Eu não sei até quando conseguirei viver com esta minha imagem na cabeça, para onde me deixo levar nos momentos de maior desespero, e é mesmo assim, não me podem obrigar a sentir aquilo que não sinto, eu não suporto tantas máscaras como as que vejo, só me dá vontade de chorar, porque vejo nelas um reflexo daquilo que eu mesma sou, e eu não quero tornar-me nisto, não quero. Perdoem-me todos aqueles com quem eu errei, mas quem tem mesmo de perdoar-me és tu, Alice, que estamos em guerra há muito tempo e isto de estar em guerra connosco mesmas magoa e dói. O problema é eu ser distraída com a tristeza. Alguém que me puxe daqui, sem asas não posso voar.
vendredi, février 26, 2010
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1 commentaire:
querida, é a tua felicidade não importa como é. desde que seja tua e tu te sintas bem com ela.
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