jeudi, décembre 23, 2010

nova entrada. terceira tentativa. dedos a tamborilar levemente na mesa. que hei-de escrever? que tenho eu para dizer? já falei do mundo, do amor, do coração, de mim e de todos vocês. já não me resta nada para dizer. quem me dera escrever alguma coisa... a inspiração deixou-me sozinha. já dura mais de uma semana. esqueço-o com comida e com a almofada. esqueço-o pensando que é só um tempo, uma leve ausência de luz num espectro de emissão que é a minha vida. a única coisa que tenho. quando julgo ter outras coisas, depressa elas arrebitam e mostram-me, de forma inconsciente, que assim não é. ontem disseram-me que só se ama uma pessoa. só deus pode amar toda a gente por igual. não, não, senhor, diz-me que não é verdade, ajuda-me a tornar-me mais forte, cada dia; eu não quero optar por ninguém, não suporto a ideia de amar só uma pessoa. não quero namorado, marido, amigo especial para aqui e para ali... eu amo toda a gente. terei algo de errado? por pensar em toda a gente, sonhar com toda a gente, preocupar-me com toda a gente? não me sinto capaz de exigir algo impossível para o humano como o é a fidelidade carnal. do alto dos meus catorze anos, espreito para cima e nada vejo... meus caros, é impossível ter mais idade do que aquela que tenho, pois as coisas são como são, para efeitos técnicos e espaciais, eu tenho efectivamente catorze anos... debato-me diariamente com problemas de massa equivalente à da Terra. tudo aquilo que não ultrapassar o real, será ultrapassado por mim. mas de resto, as verdadeiras questões, incógnitas, dúvidas... não sei não. vivo porque a morte ainda não me convenceu lá muito. deixem-me amar-vos a todos... nada mais peço do que isso. a vida custa, às vezes acho que não há nada que custe mais do que a vida. só me falta abrir o corpo e descobrir que não tenho coração. se no espaço dele descobrir uma bola de berlim... até escapa... até nem me importo. talvez.

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